domingo, 29 de julho de 2012

Fila Brasileiro

Origem
Como o próprio nome diz, o fila é uma raça de cães de grande porte desenvolvida no Brasil. São muito usados como cães de guarda e também como cães boiadeiros. É a primeira raça brasileira reconhecida internacionalmente pela FCI. E, em termos de Brasil, é uma raça antiga, desde os tempos dos colonizadores. Ajudou os bandeirantes nas conquistas de novos territórios, protegendo as comitivas de ataques. Exerceu também a nada nobre missão de recapturar escravos fugitivos. É muito dócil com a família, mas detesta estranhos. Por isso, muito cuidado com o seu fila.
Aparência
O fila brasileiro impressiona pelo seu tamanho, podendo chegar a 75 cm de altura e pesar até 70 kg, o que o faz um dos maiores cães do mundo. Tem uma das maiores cabeças entre as raças caninas, é um cão extremamente musculoso e seu ataque é poderoso, podendo facilmente jogar um homem ao chão e superar obstáculos de mais de dois metros de altura. As cores mais comuns são a dourada ou amarelada, passando por todos os tons de amarelo até chegar ao castanho ou avermelhado. Há também os tigrados e os de cor preta.


Saúde
Como todo cão de grande porte, o fila brasileiro pode apresentar problemas de displasia coxo-femural. Torção gástrica é outro problema com que se deve ter muito cuidado, portanto, dividir a ração em porções menores diárias diminuem as chances de o cão passar por isso. Mas, geralmente, é uma raça geneticamente muito saudável.


Curiosidades
O apogeu da raça foi nos anos 1970 e 1980, quando foi uma das raças com maior número de registros. Houve uma tentativa de mudar o padrão da raça para deixá-la menos agressiva, mas a expressão “possui aversão a estranhos” ainda é parte de seu padrão oficial. Os exércitos do Brasil e de Israel realizaram diversos testes com raças variadas e chegaram à conclusão de que o melhor cão para servir às forças armadas é o fila brasileiro. Adapta-se bem a condições hostis, como a floresta amazônica, por exemplo.

Dogue alemão

Origem
O dogue alemão é também conhecido como dinamarquês ou gigante dinamarquês. A raça foi criada para caçar javalis. Hoje, o dogue alemão é criado como cão de guarda e de companhia. É um cão realmente grande e o maior exemplar, registrado pelo Guiness, mede 1 metro e 9 centímetros. São os cães mais altos do mundo, majestosos e elegantes. Adora crianças e, devido ao seu tamanho, suas brincadeiras costumam derrubar seu dono ao chão. É corajoso e não pensa duas vezes em atacar quando se sente ameaçado. E, convenhamos, um ataque de um dogue alemão não é nada agradável...


Aparência
Como já vimos, este é um cão com C maiúsculo. Forte e musculoso, cresce rápido e, aos 8 meses de idade já está quase da sua altura definitiva. Mas a ossatura e musculatura só ficam completamente formadas aos dois ou três anos de idade. A cabeça é alongada, estreita e bem marcada. Os olhos têm tamanho médio, são amendoados e escuros. Nos dogues azuis, os olhos costumam ser mais claros. A pelagem é curta, densa, aderente e brilhante. A cauda é de tamanho médio, larga e alta, afinando na ponta. As cores são dourado, tigrado, azul, preto, arlequim (branco com manchas irregulares), mantado e o merle (cinza com manchas pretas) que não é reconhecido oficialmente.


Saúde
É muito propenso à torção gástrica, por isso é bom controlar sua alimentação. Nunca deixar grandes quantidades de ração à sua disposição e é bom manter horários determinados para as refeições. Por ser um cão de grande porte, é melhor deixar a água em vasilhames mais altos para evitar que o animal se abaixe para beber e fique com problemas de postura. Procure sempre lixar suas unhas. Quando grandes, elas podem provocar feridas nos dedos. Mantê-lo sempre em pisos ásperos é o ideal para que suas unhas se desgastem naturalmente. Problemas ósseos também podem ocorrer ao dogue alemão, portanto o acompanhamento constante do veterinário é muito importante.


Curiosidades
O dogue alemão mais famoso de todos os tempos talvez seja o Scooby Doo. Só que a cor do Scooby não existe: castanho com manchas pretas. Foi uma licença “poética” dos estúdios Hanna-Barbera. Mas o jeitão medroso do Scooby pode ocorrer na realidade, como um desvio de comportamento do dogue. Outro filme em que aparece um dogue alemão é o inspirado numa tira chamada Marmaduke. Como se vê, o dogue alemão é o queridinho, ou melhor, o queridão dos desenhos animados.



                 

Dobermann

Origem
A raça foi desenvolvida durante o século XIX, na Alemanha, por Louis Dobermann. O trabalho de continuação que estabeleceu o padrão da raça em 1899 foi feito por Otto Goeller. É um cão valente, inteligente e muito ágil. Fiel ao seu dono e família, não gosta de estranhos, sendo considerado um dos melhores cães de guarda. Devido ao seu temperamento, é muito usado como cão policial, cão militar e até mesmo como cão guia, embora essa não seja uma grande aptidão de um dobermann. A ferocidade do cão depende de como ele é criado, por isso mesmo recomenda-se que quem for adotar um dobermann, seja equilibrado e paciente.



Aparência
O dobermann é um cão de porte grande, medindo aproximadamente 72cm, com peso entre 40 e 45kg (machos), elegante, forte e musculoso. A pelagem é curta, dura e espessa as cores variam entre preto, marrom escuro e azul, que não é aceita pelo padrão oficial FCI. O focinho, os lábios, bochechas, olhos, garganta e antepeito possuem marcação claramente definida em castanho e as orelhas são apontadas para o alto. Esses cães podem viver até os 12 anos.

Saúde
O dobermann precisa de espaço e muito exercício físico. O pelo deve ser escovado regularmente para a retirada dos fios mortos. Podem apresentar torção gástrica, por isso mesmo sua alimentação deve ser bem balanceada e com muitos cuidados. Outro problema que pode ocorrer é a atrofia progressiva da retina, que pode ser evitado com a escolha cuidadosa do filhote e dos pais da ninhada.

Curiosidades
O criador da raça, Louis Dobermann, era cobrador de impostos na cidade de Apolda, na Alemanha. Como fazia muitas viagens pela região, precisava de um cão robusto e inteligente para protegê-lo de quaisquer problemas. Louis Dobermann também trabalhava no canil municipal da cidade e conhecia muito bem as raças rotweiller, pinscher, pastor alemão, weimaraner, greyhound e manchester terrier. Iniciou aí os cruzamentos que viriam a formar a raça como hoje a conhecemos.

domingo, 22 de julho de 2012

Dálmata

Origem
O dálmata é um cão muito popular e um dos preferidos pelas pessoas. Sua pelagem típica é toda manchada de preto ou castanho e branco, marca registrada da raça. É um cão de companhia e de caça, muito simpático, inteligente e fiel ao seu dono. Sua origem é muito antiga. Há quem diga que se originou no Egito, onde o cão aparece em imagens em tumbas de faraós e há que afirme que ele surgiu na Dalmácia, atual Croácia. O nome, inclusive, vem da Dalmácia.



Aparência
É um cão esbelto e muito elegante, com orelhas predominantemente pretas e focinho branco. A quantidade de manchas é irrelevante, mas não podem estar juntas, o que descaracteriza a raça. A cauda é arqueada e a pelagem é curta, dura, densa, fina e brilhante.
São muito inteligentes e conseguem “conversar” com seus donos através de latidos e de expressões corporais. São dóceis, calmos, mas não gostam muito de estranhos, por isso, frequentemente dão bons cães de guarda.


Saúde
Os dálmatas são resistentes e se adaptam bem a qualquer temperatura. Mas podem ocorrer problemas de pele e pelo. Portanto, uma escovação semanal é muito bem-vinda. A surdez também é outra pedra no caminho de um dálmata. É um cão que precisa de muitos exercícios físicos e seus donos também devem ficar alertas para problemas cardíacos, renais e nas articulações.

Curiosidades
É uma das raças preferidas pela nobreza e era muito utilizado para acompanhar as carruagens dos nobres, dando-lhes proteção. É um cão que se dá muito bem com cavalos. Por isso, se tornou o mascote dos bombeiros americanos, desde a época em que os caminhões-pipa eram puxados por cavalos. Os dálmatas também ficaram famosos na literatura e no cinema, com a adaptação do livro “101 Dálmatas” da escritora Dodie Smith, para um desenho animado de Walt Disney, de mesmo nome, em 1961.

domingo, 15 de julho de 2012

No tempo em que os animais falavam

Quem se recorda daquelas fábulas infantis que começavam com a frase: "No tempo em que os animais falavam...", raciocinando retrospectivamente, não vai levar a sério tal anúncio, que era um convite a embarcar na fantasia, soltar a imaginação. Porém, se aprofundarmos nossa análise, podemos pensar que essa alusão se referia não a um tempo no qual os animais falavam a linguagem humana, mas quando os homens compreendiam a linguagem dos animais, afinal as pessoas viviam em contato muito maior com os animais, pois a população rural superava a urbana em uma proporção esmagadora e mesmo nas cidades havia um convívio muito próximo entre espécies.
O livro do cientista soviético V. P. Morozov "A Linguagem dos Animais" contém um relato ilustrativo dessa capacidade de compreender o que os animais dizem, que os homens civilizados perderam, mas os povos primitivos ainda conservam. Acampados na região ártica do norte do Canadá, um biólogo e seu guia esquimó ouviram o uivo característico de um lobo. "Ouça - disse o esquimó - os lobos conversam". E traduziu o teor da "conversa", um informe detalhado quanto à localização e ao número de indivíduos de um rebanho de alces, para que a alcatéia pudesse atacá-los. E tranquilizava os companheiros: "Não foram vistos homens". Deslocando-se ao local indicado, o cientista verificou que a tradução estava correta.

Não precisamos chegar à perfeição do Dr. Dolittle, filme com Eddie Murphy, mas a possibilidade de aproveitar a convivência com nossos cães e gatos para penetrar em seu universo e atendermos às suas necessidades, e não apenas servimo-nos deles, em uma existência completamente artificial, é realmente fascinante.



                                                            Por: Marco Antônio Vianna

sábado, 14 de julho de 2012

Cocker Spaniel Inglês

Origem
Apesar do nome, a raça é de origem espanhola, tornando-se muito popular na Inglaterra e no País de Gales, onde foram usados para caçar aves. A origem da raça moderna vem daí, onde passou a se chamar cocker spaniel inglês. É um cão dócil, amigo e excelente companheiro. Pela sua extrema beleza, faz sucesso em exposições e concursos. Hoje é também usado como cão guia para deficientes. O cocker spaniel inglês é admirado por todos, e como todo inglês talentoso, é um verdadeiro astro pop.


Aparência
É um cão de porte médio, de cabeça arredondada, orelhas grandes e caídas e olhos redondos bem vivos. A pelagem é farta e muito bonita, com mais de trinta combinações  de cores. Existem alguns exemplares da raça criados para caça, que são
 um pouco diferentes, com corpo mais curto e orelhas mais discretas. É um cão muito ativo e pode chegar aos 15kg. Adora nadar e de fácil adestramento.

Saúde
Como todo animal de estimação, todo cuidado é pouco para que sua saúde esteja sempre em dia. O cocker spaniel inglês pode apresentar problemas de pele e também nos olhos. Hipertireoidismo, câncer e cardiopatias podem ocorrer. Portanto, muita atenção com a alimentação e a higiene. As orelhas exigem muito cuidado para se evitar otites e outras inflamações.

Curiosidades
Há registros de pinturas retratando animais de Felipe II da Macedônia semelhantes ao cocker spaniel. O duque de Northumberland, John Dudley, criava cockers para Henrique VIII. Na literatura, a cadela Flush, que pertenceu à poeta Elizabeth Barrett, ficou famosa depois da biografia escrita por Virginia Woolf, que revela a cadelinha como a entregadora oficial das cartas de amor de Barrett para seu amante.

domingo, 8 de julho de 2012

Cocker Spaniel Americano

Origem
A raça surgiu oficialmente em 1946, mas desde 1880 criadores americanos e canadenses buscavam por exemplares diferentes dos cockers tradicionais. A raça inglesa é a mais conhecida. São cães de caça com ancestrais provavelmente egípcios e desenvolvidos na Península Ibérica. Chegaram à América do Norte trazidos por imigrantes desde 1620. Uma de suas habilidades é levantar aves para o caçador, pela sua capacidade em penetrar por terrenos com vegetação densa. É um bom nadador e muito veloz em campo aberto. São carinhosos, equilibrados, dóceis, amigáveis, extrovertidos e também preguiçosos e muito gulosos. E, boa notícia para quem não mora em casa com quintal, vivem muito bem em apartamentos.


Aparência
Apesar de confundido com o cocker inglês, as diferenças do americano são bem marcantes. O cocker americano é menor, pois a criação americana foi voltada para a caça em pântanos. As patas são maiores, permitindo maior empuxo dentro d’água. O focinho é levemente arrebitado e mais curto, a pelagem é mais longa e densa. São animais belíssimos e fazem muito sucesso em exposições e concursos de beleza. Os machos chegam aos 38cm e pesam entre 11 e 13kg. As fêmeas são um pouco menores.

Saúde
Vamos começar pelo banho, que deve ser semanal, com shampoo para cães evitando que entre nos olhos e narinas. A escovação também é muito importante para livrar o cão de parasitas e outros corpos estranhos que grudam ao pelo. O ponto fraco do cocker spaniel americano são os olhos, sempre lacrimejando. Este não é o problema. Você deve ter muita atenção se os olhos começarem a ficar vermelhos e se o seu cão chorar constantemente, corra para o veterinário. Outro ponto fraco é a hidrocefalia: 20% deles sofrem desse mal. Cuidado também com as orelhas, que devem ser bem limpas para evitar otites e outras inflamações.


Curiosidades
Nos estados Unidos ele é conhecido simplesmente como cocker spaniel e ocupa a quarta posição das raças mais registradas. Para você ter uma ideia, aqui no Brasil, mesmo sendo muito popular, não figura nem entre os top 10 das raças mais registradas. Só no final do século XIX o cocker spaniel americano começou a se distanciar, como padrão, de seu primo, o cocker spaniel inglês.

Chow Chow

Origem
Essa raça é originária da Mongólia e foi levada pelos chineses durante uma invasão. A raça também é chamada de Tang Quan, cão da dinastia Tang. É uma das raças mais antigas de cães e foram ensinados, na sua origem, a serem cães de pastoreio, caça e guarda. Esses cães também eram usados para puxar trenós e – pasmem – para fornecer carne e pele. No Tibete, o chow chow foi um dos cães prediletos dos monges. O nome chow chow foi dado pelos habitantes da região de Canton. Por ser a China um país historicamente fechado, o chow chow só chegou ao Ocidente por volta de 1780, via contrabando de marinheiros ingleses. O chow chow é muito independente, por isso é recomendável fazer um trabalho de socialização com ele, que tem um temperamento mais para o gato do que para um cão normal.

Aparência
O chow chow tem uma particularidade: a língua preto-azulada, ou roxa, e as pernas bem retas que lhe dão um andar um tanto altivo. É um cão robusto, pelo denso, liso e resistente e, em torno da cabeça, adquire a aparência de uma juba. As cores são marrom-avermelhado, preto, azul, canela, creme ou branco. Os malhados ou multicoloridos são considerados fora dos padrões da raça. É um belo cão, imponente e com todo o charme e mistério orientais.


Saúde
O chow chow necessita de cuidados principalmente com a pelagem, que deve ser escovada, de preferência, diariamente. E como todo cão de grande porte, ele está sujeito à displasia da bacia e também à entropia, uma irritação ocular causada por uma anormalidade nas pálpebras. Portanto, a limpeza diária nessa região é recomendada. Alimentação é muito importante também. É bom consultar o veterinário para saber qual a ração mais adequada ao seu chow chow.

Curiosidades
Assim que os ingleses levaram os primeiro exemplares, eles podiam ser vistos no zoológico de Londres como o “cão selvagem chinês”. Sorte deles é que a rainha Vitória, que adorava cães, se apaixonou pela raça e levou um exemplar com ela para o palácio. Aí o chow chow caiu no gosto do público. Ainda no começo do século XX era comum ver chow chows sendo vendidos normalmente nos mercados chineses, sabe-se lá para qual finalidade...

Os chineses têm uma lenda para explicar a língua roxa desses cães: dizem que, durante a criação do universo, quando Deus resolveu pintar o céu de azul, teria deixado cair  algumas gotas da tinta no chão. Um chow chow curioso chegou, lambeu as gotas e ficou com a boca azul.

domingo, 1 de julho de 2012

Chihuahua

Origem
Este cãozinho é considerado o menor do mundo. Seu nome vem da região de Chihuahua, no México. Inteligente, afetuoso e possessivo, às vezes é tachado de histérico por quem não lida diretamente com ele. Por isso mesmo pode ser um excelente cão de guarda. Está sempre alerta a qualquer ruído e não economiza nos latidos. Há controvérsias quanto à sua origem: México, Cuba ou até mesmo Egito. Tornou-se muito popular ao aparecer ao lado e no colo de grandes estrelas de Hollywood em diversos filmes clássicos. Seu tamanho micro também contribui muito para essa popularidade, pois não precisa de grandes espaços para viver.


Aparência
O chihuahua mede entre 16 e 22cm de altura e pode pesar de 1 a 3kg. Quanto menor, mais sucesso ele faz. O focinho é curto e pontudo, os olhos são redondos, as orelhas grandes e a cauda é curvada sobre o dorso ou de lado. As cores mais comuns são o castanho-avermelhado claro, areia, marrom, prateado e azul-aço e a pelagem pode ser uniforme ou malhada. Há chihuahuas de pelagem curta e de pelagem longa e ondulada.

Saúde
É raro esse cãozinho apresentar problemas de saúde, mas é sempre bom ter o acompanhamento de um veterinário. Alguns cuidados podem fazer o chihuahua viver até perto dos 18 anos. Portanto, muita atenção com ele e fique de olhos bem abertos para problemas como hipoglicemia, por causa de estresse, falta de comida ou excesso de exercícios; hidrocefalia, luxação da patela (ou rótula), colapso da traqueia e espirro reverso (causado por excitação excessiva, entre outras coisas).

Curiosidades
O chihuahua é uma das raças mais antigas registradas no kennel club americano. Estrela de cinema, apareceu em diversos filmes e também na TV. Entre algumas estrelas que contracenaram com um chihuahua estão Sarah Jessica Parker e Reese Whiterspoon. Há fotos também da socialite Paris Hilton com um chihuahua no colo. Como se vê, é o preferido de nove entre dez estrelas do cinema. ;)

Bull Terrier

Origem
Este é um cão que tem sua história atrelada às rinhas de briga. Para aperfeiçoá-lo ainda mais nas lutas, os aficionados cruzaram os exemplares com cães mais ágeis e ferozes, os terriers brancos, caçadores de lobos e raposas. Daí surgiu a raça como a conhecemos. A popularização foi rápida na Inglaterra e, depois, pelo mundo.


Aparência
É um cão de estrutura sólida, muito forte, musculoso e de expressão viva. Conhecido como o gladiador dos cães, é equilibrado, disciplinado e amável, ao contrário do que muita gente pensa. Existe uma versão miniatura do bullterrier que é mais agressiva com outros cães. Mas, normalmente, o bullterrier é na dele, apesar de seu histórico nada pacífico.

Saúde
Como dissemos, é um cão robusto, forte, mas podem ocorrer problemas de surdez. Esse problema foi sendo contornado ao longo dos cruzamentos de brancos com os de cor. Outro problema que pode ocorrer ao bullterrier são as alergias de pele. Portanto, muita atenção com parasitas, insetos e ácaros que são os principais agentes causadores das alergias a esses cães.

Curiosidades
Os mais famosos bullterriers da cultura ocidental são os personagens Shark, do desenho animado Eek, The Cat e Scud, de Toy Story, entre outros, além de participações ao vivo em diversos filmes e seriados. Aqui no Brasil, Saddam, o cão do personagem Massaranduba, do Casseta e Planeta, que era erroneamente denominado de pitbull.

Bullmastiff

Origem
Raça de origem inglesa, o bullmastiff foi desenvolvido no século XIX, mas só foi reconhecida oficialmente no século XX. Há indícios de que tenha sido utilizado por guardas florestais para combater a caça clandestina, o que lhe confere uma certa aura heróica. É grandalhão e facilmente controlável, corajoso, vigilante, equilibrado e fiel. Como se vê, uma folha corrida de fazer inveja.


Aparência
Os machos medem entre 68 e 69cm, sendo as fêmeas um pouco menores. A pelagem é curta e densa, a cabeça é larga com rugas. A mandíbula inferior é saliente, as orelhas e a região ao redor dos olhos são mais escuras que o restante do corpo. O bullmastiff possui membros posteriores musculosos e largos e a cauda é grossa na base, afinando-se na ponta. Um verdadeiro atleta.

Saúde
Apesar de ser um cão forte e resistente, o Bullmastiff está sujeito a alguns problemas de saúde, como todo animal de estimação. Por isso, procure acostumá-lo desde cedo com ração para cães, nunca dê outro tipo de alimento. Eles precisam de exercícios moderados, que não comprometam suas articulações, portanto, mantê-los sempre esbeltos é a melhor coisa que se faz. Pode ainda ocorrer hipotireoidismo, displasia coxo-femural e de cotovelo, alguns tipos de câncer e entrópio. Todo cuidado é pouco.

Curiosidades
Valente e silencioso, o bullmastiff só ataca sob comando, mas assusta a quem está acuado por ele. Mas é muito dócil e há mesmo quem diga que o bullmastiff é um cão de colo num corpo gigante. O cão dessa raça mais pesado de que se tem registro na história foi um exemplar com 149 kg encontrado em maio de 1989, nos Estado Unidos. Que grandão, heim?! ;)

Veja porque o Buldogue Francês se tornou a raça preferida dos cariocas.

Nos últimos dois anos, aumentou 40% a procura por um filhote de "frenchie" nos canis do Rio, cidade que abriga maior número de cães da raça no país.

RIO - Sofia tem 3 anos, orelhas empinadas, olhos esbugalhados, focinho amassado, rabo enroscado e 12 quilos distribuídos por um corpinho atarracado. De manhã, depois de comer a primeira porção dos 200 gramas diários de ração, caminha na praia. À tarde, seu programa preferido é ver o pôr do sol no Arpoador. Na hora do jantar, costuma dar pinta na varanda do Felice Caffè, em Ipanema, ou na calçada do restaurante Deusimar, no Leblon. Ela é uma típica buldogue “franco-carioca”.
— A Sofia se adaptou ao meu estilo de vida e, de certa forma, cuida de mim: me faz acordar mais cedo, viver o dia, curtir a cidade. Não é cachorra de madame — diz a estilista Teca Sá, sua dona.
De uns tempos para cá, em suas andanças, Sofia e Teca passaram a esbarrar com um buldogue francês a cada esquina.
— A Sofia está na moda! — atesta Teca.

Nos últimos dois anos, a procura por um filhote da raça cresceu 40% no Rio. A cidade já abriga o maior plantel de frenchies, como são chamados, no país: dos 4.727 registrados em 2011, 1.390 são daqui, segundo o relatório anual da Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC). Em São Paulo, segundo colocado, não chegaram a 400.
— Há uma tendência de crescimento da raça, que caiu no gosto popular. É um movimento sazonal: periodicamente, elegem um cão da hora — afirma Marcia Carreira, presidente do Brasil Kennel Club.

O buldogue francês só perde a “hora” no quesito beleza. Exótico, esquisito, estranho, feioso. Sobram “adjetivos” para falar de sua aparência. Os donos insistem em exaltar a beleza interior: a palavra dócil é a primeira usada para definir exemplares da raça.
O ator Paulinho Vilhena conta que o seu Zacarias, um macho tigrado de 2 anos, é ótima companhia e que o escolheu por saber que o buldogue se comporta bem em apartamentos. A pelagem curta, que dispensa escovadas semanais na pet shop, também é vantagem. “Zaca” adora ir à Praia da Macumba, onde tem cumbuca para água de coco na Barraca do Rico.
— Quando paro para olhar o Zaca, fico impressionado: ele é muito charmoso — derrete-se o ator.

Paulinho comprou o cão logo depois que casou com Thaila Ayala. Os três costumam ser flagrados pelos paparazzi no Recreio:
— Andamos juntos para baixo e para cima. O Zaca é um cão que se comunica com os olhos. Às vezes, eu acho que ele vai falar.

A fama tem seu preço: um filhote de buldogue francês de bom pedigree custa, em média, R$ 5 mil. No Mercado Livre, para quem não faz questão de “origem controlada”, há oferta por até R$ 1.900, valor dividido em 12 parcelas. A fêmea é sempre mais cara. O frenchie de pelagem branca com manchas pretas é o mais procurado por quem deseja um cão para, digamos, lazer. O tigrado é o preferido dos criadores. Há ainda o bege, mais raro.
O movimento de compra e venda de animais é intenso, e representa 33% do mercado pet, que movimentou R$ 18 bilhões em 2011, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. É o mesmo montante faturado por todo comércio eletrônico do país no ano passado.
— O crescimento do mercado pet está diretamente ligado à humanização dos cães. No passado, eles moravam no quintal. Hoje, dormem na cama dos donos. Muita gente não tem filho, mas tem um buldogue francês — analisa a veterinária Patricia Maia, sócia do canil Lord’s Staff, que acabou de vender filhotes para as atrizes Regiane Alves e Isis Valverde.
A Suelen de “Avenida Brasil” chama Abá, de 2 meses, de “bebê”:
— Os frenchies são engraçados por natureza. Apaixonantes.

A paixão, porém, não pode cegar os candidatos a dono de buldogue francês. Patricia Maia ressalta que diante do boom, tem muita gente querendo vender “gato por lebre”:
— Há criadores que só pensam em dinheiro e fazem cruzamentos sem se preocupar com o padrão e com doenças que podem ser transmitidas das mães para os filhotes.
Sócio do Lord’s Staff, que guarda 17 cachorros adultos e 12 filhotes em Jacarepaguá, o adestrador Daniel Cantero está mais preocupado com a segurança dos bichos:
— Nos últimos meses, pelo menos três canis de buldogue francês foram assaltados em Jacarepaguá. Eles valem ouro. Não abro a porta para nenhum desconhecido — conta ele, que só recebeu a Revista O GLOBO depois de confirmar a existência da equipe na redação.

A restauradora Camilla Ottati comprou Luna há cinco anos, antes da raça virar febre, por R$ 1 mil:
— Luna parece que foi educada na Sorbonne. Já tive boxer e weimaraner, mas nunca fui tão feliz. Ela é uma fábrica de carinho.
Mas não tem defeito?
— Ela ronca muito — conta.
A restauradora leu “Adestramento inteligente”, de Alexandre Rossi, para entender a educação canina:
— Todo mundo deveria ter um cachorro antes de ter um filho. É um exercício. Espero que eu seja tão bem-sucedida na educação da minha filha quanto fui na da Luna.
Durante a sessão de fotos, Luna deu menos trabalho do que a filha de Camilla, a pequena Ceci, de 1 ano e 9 meses.
— A Ceci tem mais ciúmes da Luna do que vice-versa — diz Camilla, que já passou da fase de ficar brava quando as pessoas chamam sua Luna de “feia” ou “esquisita” na rua. — Agora eu já acho graça. Aprendi que o buldogue francês é do tipo ame ou odeie. Eu amo.

Exímio esteta, o cirurgião plástico Paulo Muller prefere classificar a raça como “simpática”. Ele é dono de Branca, uma serelepe "frenchie" de 5 anos, que ganhou de presente de uma cliente.
— O buldogue francês é tão diferente que fica bonito.

Branca vive correndo entre as obras de arte do apartamento, late para a sua réplica dourada (sim, há uma escultura de buldogue francês na sala) e adora ficar na janela vendo o movimento da Praia de Copacabana no colo de sua babá (sim, ela tem uma babá). Pretendentes não faltavam, mas o cirurgião preferiu castrar a cadela.

A vida sexual e a gravidez são capítulos complicados na vida do buldogue francês. Atualmente, 90% das gestações acontecem por inseminação artificial: por causa de problemas respiratórios congênitos, há chances de os machos terem um ataque cardíaco no ato do acasalamento. Ou seja, o buldogues francês é um cão essencialmente virgem. Que nasce por cesariana: a cabeça do filhote é grande e dificulta o parto normal.
É assim que funciona no Direnna’s, eleito o melhor canil da raça pela CBKC, com fila de espera de 90 interessados em comprar um filhote. A decoradora Roberta Direnna, que cria 35 cães numa chácara em Maricá, importou uma matilha para aprimorar a linhagem no Rio.
— Eles não têm qualquer traço de agressividade. Qualquer um que entra em casa vira amigo de infância do buldogue francês — analisa a decoradora, que na década de 90 criou yorkshire, passou anos com lhasa apso e cocker spaniel inglês até se encantar com os buldogues franceses, em 2002.

Nos idos de 1880, o buldogue francês começou a ser criado por açougueiros de Paris para caçar ratos. Logo virou o favorito dos comerciantes e das prostitutas. O cão Bouboule, de Madame Palmyre, ficou imortalizado nas telas de Toulouse-Lautrec. Americanos endinheirados que passavam férias na França também se apaixonaram pelos orelhudos, originários do cruzamento de buldogue inglês com pug ou boston terrier. Após a Primeira Guerra, a popularidade da raça declinou. Em 1960, chegou-se a decretar sua extinção. Três décadas depois, o Frech Bulldog Club of America começou a ensaiar a volta por cima. No início dos anos 2000, enfim, virou febre nas ruas de Nova York.

Um dos primeiros donos de um "frenchie" no Rio, o diretor de teatro Claudio Botelho conheceu a raça em 2001, numa viagem para pesquisas musicais na Broadway.
— Vi o cão pela primeira vez numa praça do Soho e saí correndo atrás do dono. Cheguei no Rio e achei um único criador.

Hoje, Claudio possui três fêmeas, e Charles Möeller, seu parceiro nos musicais e vizinho de porta, três machos. São eles: Sofia, de 11 anos, Tião, de 10, Joaquim e Nina, de 5, e Laura e Rocco, de 3.
— Nossos cães cruzaram (por inseminação artificial) e tiveram filhotes. Um deles é a Florence, que vive com a Marília Pêra. Os pais da Florence são a Nina e o Joaquim — conta Claudio.

Joaquim é um nome comum entre os buldogues cariocas. O designer André Vianna também batizou o seu cão, de 3 anos, assim.
— Quando o vi na vitrine de um pet shop, comprei na hora. Ele já tinha cara de Joaquim — conta. — Dois meses depois, descobri que ele tinha sarna demodécia, mas não tive coragem de devolvê-lo. Já era o meu filho temperamental.


Para evitar problemas de pele, comuns à raça, o casal Ana Paula Rondinelle e Felipe Almeida alimenta a pequena Matilde, de 11 meses, com ração de salmão. A pelagem preta é um brilho só.
— A Matilde é o maior sucesso no Instagram — conta Ana Paula, que coleciona fotos da cachorra no iPhone. — É maravilhoso chegar em casa e ter a Matilde à nossa espera. Essa raça gosta mais de gente que de outros cães.

Claudio Botelho conta que duas filhas de seus frenchies brigam com a metade dos cães do Leblon:
— Eles têm muita personalidade. Não gostam de outros cães, mas amam gente. Acho que a raça caiu nas graças pela simpatia com os humanos. E são lindos, né? Todo mundo quer ter um desses monstrinhos.


                                                         Fonte: jornal O Globo e Caderno Ela Digital.